segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Significado de Ministério

Compreender o pastorado em sua essência
é uma tarefa a que todo ministro
do evangelho deveria se dedicar. A falta
de entendimento dos mais profundos conceitos existentes
no Novo Testamento sobre este assunto leva muitos obreiros
a um ministério fraco, que não enfoca
os propósitos de Deus para os que estão
na liderança do rebanho.


Ministros servos

Há diferentes termos usados no Novo Testamento para se referir ao trabalho pastoral, geralmente traduzidos para o português como ministério. Todos enfocam a ideia de serviço. É muito bonito ler 1Co 4:1: "Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo..." . Ou também At 26:16: "Porque por isto te apareci, para te constituir ministro...". O termo grego que aparece aqui é huperetes, cujo significado sempre está ligado à ideia geral de serviço.

Huperetes era a palavra grega para designar aquele que rema, portanto, o membro da tripulação de um navio. Mas referia-se também a qualquer serviçal. O termo designa o oficial de justiça em Mt 5:25; os serventuários, em Mt 26:58; o assistente na sinagoga, em Lc. 4:20, o servo auxiliar, At. 13:5; os guardas em Jo 7:32. É como se Paulo dissesse: "que os homens nos considerem como serviçais de Cristo". Muito bem traduz a Bíblia na Linguagem de Hoje: "Vocês nos devem tratar como servidores de Cristo."

Diákonos é outra palavra largamente usada no NT para se referir ao ministério do homem de Deus. Quando Jesus disse que veio para servir, Mt 20:28, usa um verbo que tem essa mesma raiz. O apóstolo Paulo emprega essa palavra para falar dos ministros do evangelho em 2Co 3:6, etc. A palavra diakonia aparece traduzida como ministério em 2Co 4:1; 5:18; 1Tm 1:12.

No grego secular, o termo diákonos significava servir à mesa. O trabalho envolvia sujeição pessoal, que era considerada indigna e indecorosa para um homem livre. Também poderia referir-se simplesmente a cuidar das necessidades do lar e, às vezes, era também usado para indicar qualquer trabalho num sentido mais genérico, como prestar serviço a uma causa. O termo também foi muito usado no Novo Testamento para referir-se ao trabalho dos diáconos na assistência social, 1Tm 3:10, 13; Rm 16:1; Fp 1:1; 1Tm 3:8, 12.


Ministros cooperadores

Dois outros termos que aparecem no NT, e com eles vou finalizando este artigo, são synergon e leitourgon. Synergon, 1Ts 3:2, significa trabalhar juntamente. O termo aparece em Rm 16:3; 1Co 3:9. A ênfase é a do trabalho conjunto. O homem de Deus precisa conscientizar-se de que ele é apenas instrumento. Ele planta a semente, vem outro e rega. Mas quem dá vida e faz crescer é Deus. Portanto, do Senhor é a glória.

E, finalmente, o termo leitourgos, que está em Romanos 15:16; Fp 2:25. A princípio, indicava o ato de fazer obras públicas a próprias expensas; fazer serviço para o povo. A forma mais antiga do termo é composta de laos (povo) e ergon (trabalho). Daí é que veio esse significado.

Na Septuaginta, tradução do AT para o grego, a palavra refere-se ao serviço dos sacerdotes e levitas no templo. No NT, em Hebreus, o termo é usado no sentido ritual sagrado. Veja Hb 8:2. Paulo o utiliza em Rm 15:16, onde parece ter um significado semelhante ao empregado no AT, indicando um trabalho sacerdotal do apóstolo, levando os gentios a Cristo. Em Fp 2:25,30, o termo indica cooperador, ajudador. O ministro é um leitourgos porque cabe a ele fazer discípulos, cuidar desses discípulos e levá-los ao crescimento na fé, para que se tornem semelhantes a Jesus.

Portanto, o pastor é um servo que gasta sua vida para ajudar a promover o crescimento do Corpo de Cristo: "E ele concedeu outros para pastores e mestres com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo", Ef 4:11-12. Seus interesses vão muito além daquilo que pode nortear o trabalho de qualquer profissional.

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Autor:Rubens Paes é pastor da IPRB desde 1983, detentor do prontuário 326.
Diretor da Editora Aleluia desde 17/12/2005.
Artigo editado no Jornal Aleluia de julho de 1999, ed. 222.




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